terça-feira, 15 de julho de 2008

Eu, Un Don Quijote

Por Sérgio Cabral

Lutarei contra mil moinhos de ventos,
cairei de meu Rocinante muitas e muitas vezes
e outras muitas voltarei a montar.
E olhem para mim, magro, feio e pouco inteligente,
me deixei levar pela paixão.
E nem sei a quë. Ou sei.
Perco a montaria, mas não perco a honra, volto a montar.
Continuarei defendendo desprovidos,
continuarei com minha tolice de acreditar no impossível,
irei a lugares onde apenas os apaixonados vão.
Parece que vou atrás do inatingível, mas vou.
Serei eu um louco?
Encontrei na desesperança a minha fé,
lutando por pouco e, talvez, por muito,
ainda não sei, mas continuarei lutando.
A beleza da vida está em nunca desacreditar,
está na luta eterna, em atingir o inacessível,
ou em acreiditar que se atingirá.
Trago em meu coração as tristezas das despedidas,
e continuo procurando o impossível,
E depois de tudo encontrarei, em meio às chamas, o amor;
E ainda em meio às chamas poderei amar.
No fim de cada jornada desço de meu rocim
e peço perdão para aqueles que não têm piedade.
Eu? Apenas um Don Quijote.

Sérgio Cabral.

Obs: Venho trocando idéia com o Sérgio, irmão da Goreti, por e-mail há umas semanas. Ele está em missão pela ONG Médicos sem Fronteiras no Camboja. A vontade é de publicar todas as histórias dele, mas talvez o verso seja uma expressão mais resumida...

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